Quem sou eu?
- duarte coelho
- 15 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 26 de nov. de 2024

Talvez seja a Maior pergunta que o Ser Humano fez a si próprio e que poucas pessoas podem responder ao certo. Vamos explorar esta pergunta com outra talvez mais fácil de responder:
Quem é que eu penso que sou?
E a pergunta logo a seguir é:
Eu quem?
Eu corpo, eu mente, eu uma parte da minha personalidade, eu emoção, eu alma, eu espirito? E se formos pela linha cronológica posso perguntar: Eu que fui no passado, eu que sou no presente ou eu que vou ser no futuro?
Eu pessoa que fui no passado posso descrever a minha vida desde que nasci até agora. É apenas uma descrição do meu passado, não quer dizer que seja eu.
Ou eu alma que fui no passado, posso ir desde da altura que minha alma nasceu, se me lembrasse, e que passou por talvez dezenas ou centenas de pessoas, em linhas de tempo diferentes desta, até esta onde estou agora.
Mas não é preciso ir tão longe, nem para o lado esotérico, posso ir pela genética.
Posso ir ao meu DNA e perceber que lá estão guardadas informações talvez não das minhas vidas passadas, não sei, mas sei que de muitas gerações dos meus ancestrais, com maiores ou menores percentagens, e tenho informações de muitas centenas de anos de ancestrais, que me doaram os seus genes.
Eu também sou eles.
Também posso pensar que os meus genes guardam informações sobre o que recebo de fora, do ambiente à minha volta, do que como, do que bebo, respiro, e do vejo e do que sinto. Como explica a epigenética actualmente.
Posso comer legumes da Terra, Beber água da Fonte, respirar o ar que as plantas da Terra me dão, e receber luz do sol e das estrelas, através da pele e dos meus olhos quando as observo e se isso está tudo dentro de mim, eu também sou isso.
Tenho e sou os átomos do universo que me rodeia e o espaço cheio de energia que existe dentro dos átomos. Sou isso tudo.
Em relação ao passado EU SOU a história que conto a mim próprio, que pode ter muitas perspectivas, e são elas que constroem o passado e definem a forma como me sinto agora.
E como há emoções envolvidas nesses momentos que passei, eu posso escolher que emoções submeter a esses momentos. Por exemplo num momento que vivi, que na altura foi dramático, eu posso escolher colocar emoções positivas nessa lembrança, porque na realidade foi dos momentos em que aprendi mais sobre mim e sobre a vida. Então de certa forma estou a mudar o passado que conto a mim mesmo, a transformar um momento menos bom, num momento positivo e de grande crescimento.
Em relação ao futuro é a mesma coisa, eu posso contar e projectar um futuro brilhante ou não, depende de mim e do que eu escolho viver agora.
Posso então juntar o passado e o futuro na linha cronológica e saltar fora dessa linha, para o momento presente, posso ver o passado e o futuro à minha volta em vez de ser à frente e atrás e ficar no centro, como observador de tudo o que fui e tudo o que vou ser.
Então quem eu sou afinal?
Talvez seja o centro que há em mim, talvez seja o meu coração que me dá vida e que está ligado ao amor que também posso dar, e pensando nisto, também sou uma fonte de amor para mim próprio e para os outros.
Como é que posso ser esta fonte de amor? Por exemplo, quando uma criança está aflita a chorar e a pedir atenção, ela está a pedir amor, e eu como adulto, ao dar-lhe atenção estou a dar-lhe amor, que ela recebe e por isso acalma-se e fica bem. Os nossos corpos comportam-se como se fossem crianças a pedir atenção, mas em vez de chorarmos, ficando cansados, ansiosos, tristes, deprimidos e doentes. Nessas alturas precisamos de amor-próprio.
Por isso eu também posso ser o pai e mãe de mim mesmo quando me dou atenção. E sou amigo e companheiro e colega e irmão dos outros, quando dou um certo tipo de atenção e amor.
Mas quem dá esta atenção em forma de amor? É quem ouve, quem coloca a atenção em algo, quem observa.
Então já me estou a aproximar de quem eu penso que sou.
Se sou o observador que pode dar amor através da atenção, posso escolher ser realmente esta fonte de amor, primeiro para mim próprio e depois (ou ao mesmo tempo) para os outros. E ao mesmo tempo que dou atenção e amor, também perceciono tudo à minha volta e por isso sou um ponto de emissão e recepção ou percepção no meio deste enorme Universo.
E o que é um ponto no meio do Universo? Não é nada. Então, sou Tudo e não sou Nada ao mesmo tempo! Isto é o que eu penso que sou.
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